Em 1988, quando o Grupo Suiço vendeu a ETERNIT e decidiu por empreender num novo ramos de negócios, PARQUES AQUÁTICOS, coube ao time da ETERTEC (ver matéria GATE 30anos) viabilizar o empreendimento, desde a busca de terrenos até a escolha do arquiteto.
À alta cúpula do Grupo Suiço, coube a visita em Parques aquáticos europeus e fornecer o material (relatórios e fotos) para que pudéssemos conceituar o projeto e buscar o “ponto” para instalar o Parque Aquático de São Paulo, que viria a ser chamado THE WAVES.
LIÇÃO Nº1 – Busca do terreno
Analisamos diversos terrenos, em várias regiões de São Paulo – Capital, e entendemos que a área anexa à Ponte João Dias, próxima ao CENESP (Centro Empresarial de São Paulo) seria o ideal, pois permitiria um self marketing por conta do público que circulava diariamente no complexo de Serviços do CENESP.
A compra, porém, esbarrava na negociação com o proprietário do terreno, uma tradicional e antiga usina de asfalto. A região já apresentava um histórico de alta de preços, e no momento estava especialmente sobrevalorizado. Além disso, o proprietário, queria o valor pedido liquido, ou seja, excluídos os impostos sobre venda do imóvel.
A solução do competente departamento jurídico do grupo foi a aquisição da empresa proprietária do terreno e todos os seus ativos. Assim, a empresa proprietária do terreno passou a ser sócia do empreendimento, sem que houvesse a necessidade de pagamento de IR sobre venda do imóvel.
LIÇÃO Nº 2 – Escolha do arquiteto
De posse de um book fotográfico de parques aquáticos e das diretrizes de projetos, saímos a busca de arquiteto que pudesse alavancar o empreendimento.
Foram consultados 3 grandes escritórios de arquitetura de São Paulo:
O primeiro escritório detinha o “monopólio” de projetos de edificações comerciais e serviços na região da Nova Faria Lima e da Av. Paulista.
O segundo escritório tinha grande expertise em edificações metálicas desmontáveis, inclusive a do próprio escritório,
O terceiro, o escritório do arquiteto Ruy Ohtake, que naquele momento estava em alta projeção, saindo na mídia especializada e revistas semanais, acumulando diversos prêmios por seus projetos.
A escolha do Grupo Suiço foi pelo mestre Ruy Ohtake, e mostrou-se acertada. Discípulo disciplinado e aplicado do arquiteto Oscar Niemeyer, a arquitetura fluida e coerente do Ruy permitiu a implantação de um magnifico espaço com piscinas, tobogãs e áreas de bronzeamento artificial.
Os escopos foram circunscritos, ficando a conceituação e criatividade do edifício a cargo do Ruy Ohtake e time, que incluía o arq, Walter Makhohl, e o paisagismo de Burle Marx e o escopo técnico formato das piscinas, torres do tobogã, filtragem de agua, mecanismo de ondas, coube ao time da ETERTEC, do qual eu, arq. Osvaldo Vallone, fui o Gerente de Contratos, acompanhando todo o processo desde a conceituação até a entrega para operação.
Foi muito rico conviver com o processo criativo do Ruy Ohtake, em diversas reuniões de acompanhamento dos projetos e validação das soluções, e perceber como a “intuição” é importante no processo criativo da arquitetura.
O parque aquático The Waves permaneceu em operação de 1991 até 1995, até o seu fechamento. Fatores como Planos econômicos, custo operacional e fatores culturais, numa época onde quase toda família era associada de algum clube esportivo, impossibilitaram a continuidade de sua operação.